quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Homens da terra, esquecidos do Mandu: caminhos e descaminhos dos trabalhadores de charretes e carroças da cidade de Pouso Alegre/MG

Ponto de carroças na avenida Perimetral em Pouso Alegre

Aluna: Elaine Alexandrino de Melo
Orientadora: Andréa Silva Domingues

A presente pesquisa intitulada “Homens da terra, esquecidos do Mandu: caminhos e descaminhos dos trabalhadores de charretes e carroças da cidade de Pouso Alegre - MG”, tem como proposta problematizar de acordo com as novas tendências historiográficas, as experiências acerca do trabalho, da vida e do cotidiano dos charreteiros e carroceiros, como categoria de análise, envolvendo suas práticas culturais e contribuições para a sociedade pouso-alegrense. Como metodologia desse trabalho, utilizaremos pesquisa bibliográfica, fontes orais, fontes iconográficas, Leis e códigos, bem como, fontes impressas e os memorialistas locais. Sendo assim, ao desenredar suas teias de articulações através de suas memórias, buscamos entender mais sobre esses sujeitos da História que a muito se encontram esquecidos no presente de uma cidade em pleno desenvolvimento. Falar de suas trajetórias abarca para eles o desenvolvimento de uma cidade, que diante de seus olhos desenvolve-se, persistindo em deixá-los no tempo passado. Desvendar a História Oculta desses sujeitos sociais no contexto histórico de Pouso Alegre, compreender os diferentes usos desses transportes de tração animal na cidade e entender como através de suas táticas esses trabalhadores se organizavam e se organizam dentro do espaço urbano é parte dos objetivos dessa pesquisa.

Palavras-chave: Cultura. Memória. Cidade

Sinhá Moreira: memórias, práticas sociais, representações e influências políticas em Santa Rita do Sapucaí (1941-1963)

Comício Pró-Brigadeiro em Itajubá em 1959
Imagem cedida pelo Acervo Institucional e Memória da
EscolaTécnica de Eletrônica Francisco Moreira da Costa

Aluna: Cleide Aparecida Alvim Martins
Orientador: Juliano Hiroshi Ikeda Ishimura

A pesquisa intitulada Sinhá Moreira: memórias, práticas sociais, representações e influência política em Santa Rita do Sapucaí (1941-1963) teve o intuito de estudar e poder ao mesmo tempo, colocar em evidência as idéias e práticas que Luzia Rennó Moreira teve no período que abrange os anos de (1941-1963). Usamos da metodologia da história oral, depoimentos e histórias de vida, narrativas de pessoas que estavam intimamente ligadas a Sinhá Moreira e a Escola Técnica de Eletrônica “Francisco Moreira da Costa” material que faz parte do Acervo Institucional e Memória da Escola Técnica de Eletrônica “Francisco Moreira da Costa” bem como a micro-história. Outras fontes utilizadas para esta pesquisa foram os jornais, documentos e material fotográfico. Refletimos no decorrer dos capítulos sobre como surgiu o município de Santa Rita do Sapucaí, sobre a infância de Luzia Rennó Moreira e a importância de sua família para o desenvolvimento da cidade. Sobre as memórias que foram criadas entorno da personagem e de suas ações e compreender a importância da escola no decorrer dos anos para a história do município. A importância desse trabalho não está em ressaltar o que já foi feito ou dito sobre Sinhá Moreira, mas articular em sua reflexão os modos de vivenciar as mudanças ocorridas na cidade de Santa Rita do Sapucaí. Reunir as principais ações desenvolvidas por ela em prol do município a fim de destacar a Historia social acerca das mudanças que geraram na vida e no cotidiano da cidade, esperando que esta pesquisa contribua de alguma forma e de maneira acessível ao publico alvo de estudantes e interessados sobre a história local e da região, na construção do conhecimento histórico e científico.

Palavras-chave: Cidade. Cultura. Memória

O movimento underground em Pouso Alegre/ MG (1985-2010)

Release da Banda Os Neuza de 1993


Aluno: Alexandre Lopes Costa
Orientadora: Ana Eugênia Nunes de Andrade

A pesquisa intitulada O movimento underground em Pouso Alegre tem como objetivo trazer ao meio acadêmico, uma nova abordagem sobre um movimento sócio cultural pouco conhecido, o movimento underground. Este movimento é constituído por apreciadores e músicos ligados o rock e a subgêneros do estilo. Através da História Oral e da análise de fontes por meio de fotografias e cartazes de eventos undergrounds, buscamos levantar questões que permitissem uma nova abordagem sobre este assunto. De acordo com os depoimentos e informações contidas nas fontes foi possível observar a existência de um movimento que luta contra o preconceito e contra estereótipos de julgamentos, muitas vezes feitos de forma equivocada pela sociedade. Percebeu-se a existência de estratégias dos sujeitos integrados ao movimento para a permanência, resistência e sobrevivência deste. Há também rupturas que ocorrem durante o período estudado como falta de apoio e espaços, bem como o reconhecimento e a inclusão do movimento na cena cultural da cidade. Este trabalho pretende contribuir para o escopo historiográfico da região e para o movimento sócio cultural local.

Palavras-chave: Cultura. Memória. Rock

História, memória e cotidiano na rua Comendador José Garcia

Rua Comendador José Garcia em Pouso Alegre, na década de 60

Aluna: Alessandra Mara Rosa de Mello
Orientadora: Andrea Silva Domingues

Este estudo tem o intuito de refletir os diferentes usos e significados da Rua Comendador José Garcia, situada na cidade de PousoAlegre e as práticas culturais que nela se constituíram em diferentes tempos. A rua Comendador José Garcia carrega consigo memórias, patrimônio e práticas culturais diversas que permanecem nas lembranças individuais e sociais e assim sendo nos faz refletir a cultura, a memória e o patrimônio que cercam a rua Comendador José Garcia, bem como a identidade de seus agentes, buscando fragmentos nas muitas memórias e outras histórias. Memórias que não estão apenas na lembrança das pessoas, mas nas marcas deixadas ao longo do tempo em seus prédios, comércios, residências e trajetórias de vida. A rua Comendador José Garcia já no seu início assume a identidade de uma rua comercial mesmo com o aspecto ainda rural. E com a urbanização foi se transformando, fazendo crescer cada dia mais esta sua identidade comercial. O comércio fez da rua Comendador uma rua movimentada, uma rua que não dorme que fica no coração da cidade de Pouso Alegre. Metodologicamente trabalhamos com a história oral formada por diferentes fragmentos de lembranças e realidades, vivas e inacabadas construindo silêncios e memórias que sempre se transformam, criando identidades que a partir daí se constroem. Analisamos também imagens fotográficas que nos permitiram um melhor conhecimento da Rua Comendador José Garcia e suas transformações, pois a fotografia é um campo aberto e móvel, as imagens nos possibilitaram compreender melhor vestígios do cotidiano, representações não só do passado, mas também do presente.

Palavras-chave: Cultura. Memória. Cidade

Danças, festanças e lembranças: representações no espaço do Clube Operário Heliodorense


Aluno: Frederico César Gonçalves Fernandes
Orientadora: Andréa Silva Domingues

*Monografia premiada pela Fundação Palmares

Heliodora localiza-se ao sul do estado de Minas Gerais e segundo o IBGE conta com uma população aproximada de 6.005 habitantes. É uma cidade pequena como muitas cidades sul mineiras, porém destaca-se por seu povo acolhedor e hospitaleiro e ainda pelas diferentes práticas culturais como festas de congadas, festas religiosas, carnaval, práticas culinárias e artesanais. Entretanto, nesta cidade poucos são os registros referentes à sua história, e dos poucos documentos oficiais e escritos existentes, prevalece ainda o discurso daquelas pessoas que detém o poder na localidade. Deste modo, é que vimos no estudo do Clube Operário Heliodorense, um espaço de lazer criado por um grupo de homens pobres, brancos e negros nesta localidade na década de 1950, a oportunidade de estudar acerca da história cultural e social do município sob o viés daquelas pessoas que se encontram desprovidas do poder, mas que possuem relevante participação histórica e, por conseguinte, trazer à tona um lado ocultado da história deste município. Assim traçamos a pesquisa intitulada “Danças, Festanças e Lembranças: Memórias e Representações no espaço do Clube Operário Heliodorense”, cujo objetivo geral constitui-se em conhecer e evidenciar à história de criação e funcionamento do Clube Operário Heliodorense, bem como sua importância na vida dos moradores e na história da cidade de Heliodora-MG, tendo como recorte temporal as décadas de 1950 a 1990 - anos de funcionamento deste clube e dias atuais. Através da metodologia da história oral, dialogamos com sujeitos comuns, moradores da cidade, trabalhadores e frequentadores do clube. No diálogo com estes narradores, como também no intercâmbio com as demais fontes utilizadas neste estudo tais como jornais, fotografias, atas e poemas, refletimos no decorrer dos capítulos acerca das causas da construção do clube, as diferenças sociais e de classe estabelecidas em todo o seu processo de criação, bem como evidenciamos e analisamos nos momentos de festividades, diferentes costumes, práticas culturais e maneiras de ser e viver, divertir e resistir na cidade de Heliodora nos períodos e gerações abrangidas pelo clube. Refletimos também acerca das causas que levaram o clube encerrar suas atividades na década de 1990 e da atual situação patrimonial deste espaço. Deste modo, através deste estudo identificamos a importância do “Clube Operário” na vida dos moradores e na trama histórica do município de Heliodora-MG, como também divulgamos diferentes traços e características da cultura sul mineira. Fez-se importante também por abordar questões raciais no Brasil bem como o lazer como forma de resistência de grupos marginalizados do poder, problemáticas ainda pouco abrangidas pelas ciências sociais.

Rosas versus Cravo: a disputa política em Conceição dos Ouros

Aluno: Eder Fabio
Orientador: Juliano Hiroshi Ikeda Ishimura

A pesquisa trata da questão da disputa da política que é um fato marcante na cidade de Conceição dos Outros, MG, desde o início da década de 60, quando houve de fato a primeira eleição no município disputada entre dois candidatos: Geraldo Rosa e João Ribeiro de Carvalho pertencente às famílias Rosa e Carvalho. Nesta pesquisa objetiva-se compreender o estabelecimento de práticas políticas que permanecem vigentes até a atualidade. A participação de pessoas pertencentes a ambas as famílias por meio de entrevistas, teve neste capítulo da história de Conceição dos Ouros uma importância muito significativa, pois transformou os rumos do fazer e do acontecer político no município. Para esta pesquisa foram utilizadas além das entrevistas documentos escritos, especificamente poesias de cunho político, que determinaram o forte vínculo da cultura com a política ourense.

Palavras-chave: Poder. Cultura. Política

A imigração estoniana na colônia Padre José Bento através das memórias de Dona Gerda Mitt

Aluna: Jackeline Barbosa do Couto
Orientadora: Elizabete Maria Espíndola

O presente trabalho de pesquisa refere-se às experiências da imigração estoniana na colônia Padre José Bento – MG relatadas por Dona Gerda Mitt uma estoniana que veio para o Brasil e se fixou na colônia ainda na época inicial de sua formação. Seu processo de imigração para a colônia Padre José Bento ocorreu entre os anos de 1923 a 1926. Através desta pesquisa buscamos retratar os motivos da vinda destes estonianos para o Brasil, sua chegada e permanência na colônia. Buscamos também, analisar as vivências sociais e culturais destes imigrantes estonianos, no intuito de compreender suas estratégias de adaptação e sobrevivência articuladas por estes. Foi também nossa intenção construir uma narrativa que caminha na busca de uma interpretação histórica, dando visibilidade às experiências de vida destes imigrantes estonianos. A metodologia utilizada neste trabalho foi a da história oral, através dela procuramos dar a oportunidades aos sujeitos sociais de relatar os fatos ocorridos em sua vida. Este trabalho conta também com um número significativos de imagens fotográficas, pois através das imagens promovemos lembranças de um tempo vivido.

Palavras-chave: Imigração. Memória. Cultura.

O mercado municipal de Paraisópolis/MG: vivências, experiências, memórias e sociabilidades

Vista interna do Mercado Municipal de Paraisópolis, 1906.
Arquivo: Centro Cultural Amílcar de Castro

Aluna: Jaqueline de Fátima
Orientadora: Elizabete Maria Espíndola

O presente trabalho de história trata-se do Mercado Municipal de Paraisópolis, uma pequena cidade do interior do sul de Minas. Para a realização deste estudo a história oral foi a metodologia principal que utilizamos. É através das conversas com os depoentes que este trabalho pode se concretizar, os narradores compartilharam com suas vivencias e experiências vividas dentro deste local. O trabalho também visou como um prédio de mais de um século de existência resiste até os dias atuais e como foi cada intervenção sofrida. Como se trata de um trabalho que se apóia na memória, não se tem um período determinado, trabalhamos com o ir e vir da memória.

Palavras-chave: Memória. Cultura. Patrimônio Histórico.

Revolução das palavras: o Rap e o Hip-Hop na cidade de Pouso Alegre 1995-2005

Aluno: Everton Luis Martins Alvarenga
Orientadora: Andrea Silva Domingues

O trabalho intitulado “O Rap e o Hip-Hop na cidade de Pouso Alegre 1995-2005” tem como intuito analisar as práticas culturais dos adeptos da cultura Hip-Hop na cidade de Pouso Alegre durante o período compreendido entre 1995-2005. Através das letras das músicas, depoimentos orais e cartazes foi possível trilhar a trajetória de agentes sociais buscando compreender a formação de suas identidades, a partir das relações dos sujeitos com a cultura Hip-Hop, estabelecendo novas relações de sociabilidades e de práticas sociais específicas.

Palavras-chave: Hip-Hop. Cultura. Identidade

Sentimentos múltiplos: ansiedade, lazer e devoção na Festa de Congada em Heliodora/MG

Aluno: Samuel Reis Nunes

Orientadora: Andrea Silva Domingues

O trabalho intitulado “Ansiedade, lazer e devoção na Festa de Congada em Heliodora- MG” é um estudo em que se objetiva historicizar as práticas de homens e mulheres de descendência negra que se dedicam a esta festa, abordando também os aspectos que compõem o cotidiano desses “festeiros”, interesses e conflitos das mais variadas instâncias sociais, desde o meio religioso até a política local. Através do uso da história oral, aproximam-se as experiências vivenciadas pelos sujeitos em relação à festa, sendo complementadas pela análise de imagens.

Palavras-chave: Cultura. Memória. Festa

A Folia de Reis no bairro dos Afonsos em Pouso Alegre

Aluno: Peterson Tibúrcio
Orientador: Andrea Silva Domingues

O trabalho intitulado A Folia de Reis no bairro dos Afonsos em Pouso Alegre sugere um novo olhar sobre a festa, como reveladora de práticas sociais, que carrega as tradições, idéias, sentimentos e as identidades do grupo, analisando a hibridação do festejo entre a modernidade com o tradicional. A História Oral foi metodologia utilizada para o desenvolvimento desta pesquisa.

Palavras-chave: Cultura. Memória. Festejo Popular

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Quando a rua entra em festa: O Carnaval em Cachoeira de Minas (1965 – 1988)

Baile no Mercado Municipal de Cachoeira de Minas em 1969
Foto do arquivo pessoal de Márcia Xavier Leão



Aluna: Ana Rosa Oliveira Reis
Orientadora: Andréa Silva Domingues

Analisaremos neste estudo as práticas culturais e maneiras de se fazer de homens e mulheres dentro desta festa de carnaval na cidade de Cachoeira de Minas/MG, no período que compreende de meados da década de 1960 até os finais de 1980, no qual o carnaval foi comemorado com desfiles de blocos de rua trazendo ao espaço público homens, mulheres, negros, brancos e crianças. Estes muitas vezes fantasiados, em carros alegóricos, dançando, cantando e compondo marchinhas, animados pelo público que assistia aos desfiles. Buscamos assim analisar os divertimentos, os modos de vida de diferentes homens e mulheres, mas principalmente das pessoas que mesmo não possuindo recursos financeiros participavam da festa, improvisando suas fantasias, seus instrumentos e fazendo do carnaval um grande momento de quebra do cotidiano, podendo vivenciar momentos de descontração e alegria, e até mesmo realizando protestos contra a política, o poder público e os blocos concorrentes. Compreendendo as dificuldades em se realizar os desfiles, as rupturas e desistências, bem como as táticas e estratégias, as resignificações pelas quais esses blocos foram passando ao longo dos anos e os motivos que levaram ao fim dos desfiles. Metodologicamente trabalhamos com a história oral, a memória dos sujeitos sociais que participaram dos mais diversos modos nos desfiles, organizando, confeccionando ou participando dos blocos. Além das fotografias que são neste caso um suporte à memória nos fornecendo detalhes e diferenças entre os desfiles.

Palavras-chave: Cultura. Memória. Carnaval

História e cultura: a Malhação do Judas na cidade de Gonçalves/MG (1980-2010)

Malhação do Judas em 1984
Foto do arquivo pessoal de Alice Ferreira Camargo

Aluna: Gabriela Rodrigues de Souza
Orientadora: Ana Eugênia Nunes de Andrade

Esta pesquisa analisa a Malhação do Judas na cidade de Gonçalves/MG, nos anos de 1980 a 2010. Compreendendo vários aspectos deste festejo, que é realizado de forma simples, mas que denota grande importância para os participantes. A Malhação do Judas é constituída por parte significativa da população, entre homens e mulheres e principalmente crianças. Buscamos analisar essas práticas culturais que se iniciam com a criação dos versos e confecção do boneco. Compreendemos o espaço de sociabilidades durante o festejo e as representações que as pessoas possuem, tornando um momento de divertimento e descontração, mas as criticas sociais a determinados segmentos políticos e sociais. Nesta pesquisa a metodologia usada foi a de história oral, a memória dos sujeitos sociais que vivenciaram o festejo. Além da análise de versos e imagens, fontes históricas importantes para compreendermos as práticas culturais.

Palavras-chave: Cultura. Memória. Cidade

Trabalho e memória: trajetórias de vida de trabalhadores maranhenses em Estiva/MG

Aluna: Tamara Moreira Santos
Orientador: Juliano Hiroshi Ikeda Ishimura

Este trabalho intitulado Trabalho e memória: trajetórias de vida dos trabalhadores maranhenses em Estiva-MG teve por objetivo estudar o deslocamento de trabalhadores migrantes maranhenses para o município de Estiva, sul de Minas Gerais. Buscou-se neste trabalho entender as razões que impulsionam esses trabalhadores ao deslocamento, partindo da elucidação das condições de vida desses atores sociais na cidade de Ribamar Fiquene no Maranhão, local de origem dos mesmos, e das condições oferecidas no município de Estiva. O estudo tem por objetivo compreender os diferentes processos que antecederam e sucederam o deslocamento social desses trabalhadores. Como metodologia para esta pesquisa utilizou-se da História Oral através da qual buscamos analisar as experiências de vida dos trabalhadores, suas memórias, desejos e anseios, visando compreender as mudanças ocorridas na vida desses trabalhadores com o advento do deslocamento. A realização desta pesquisa foi fundamental para entender e reconhecer as experiências vividas por esses agentes sociais, tendo como compromisso ampliar a visão que se tem dos mesmos e contribuir na elaboração de uma bibliografia sul mineira do tema, voltada a um novo olhar que se propõe a discutir e analisar as práticas sócio-culturais e relações humanas desses trabalhadores migrantes com o meio circundante.

Palavras-chave: Memória. Trabalho. Cultura.

Memórias e histórias da antiga Estação Ferroviária de Paraisópolis/MG


Aluna: Débora de Cássia Lopes
Orientadora: Ana Eugênia Nunes de Andrade

A pesquisa refere-se ao prédio da antiga Estação Ferroviária de Paraisópolis – MG, um local público que durante um período de cinquenta anos, de 1914 a 1964, foi utilizado como estação férrea e principalmente como ponto de encontro dos paraisopolenses. Com a desativação do ramal ferroviário, o local ficou fechado por vinte e três anos, em seguida o espaço foi transformado em Centro Educacional e Cultural Amílcar de Castro. Nesta pesquisa objetiva-se compreender as diferentes memórias, práticas culturais, diversidades sociais vivenciadas na estação através do cotidiano contido nas lembranças de seus inúmeros sujeitos históricos e a transformação do local em patrimônio histórico cultural da cidade. Para esta pesquisa foram utilizadas além das entrevistas, documentos escritos, jornais e fotografias que foram essenciais para a realização desse trabalho.

Palavras-chave: Memória. Cultura. Patrimônio Histórico

As trabalhadoras rurais das lavouras de morangos do distrito do Itaim/MG


Aluna : Angélica do Carmo Jesuino
Orientadora: Elizabete Maria Espíndola

A presente pesquisa busca problematizar as relações sociais das trabalhadoras rurais das lavouras de morangos do distrito do Itaim. Desta forma é necessário que se compreenda, o cotidiano, os costumes e a cultura do espaço em que esses sujeitosestão inseridos, além das formas de resistência apresentada por essas mulheres no seu cotidiano, a aceitação delas e para com elas nesse meio, como também a visão que elas e seus companheiros possuem de sua participação nos trabalhos rurais. Entendemos que a lavoura se constituiem um espaço de convívio continuo entre homens e mulheres, e por esse motivo torna-se um espaço cheio de contrastes, conflitos, que como qualquer outro espaço, possui regras de convivência e hierarquias. Sendo assim podemos compreender a relação das mulheres nesses espaços. O recurso metodológico utilizado foi a história oral que permitiu um maior aprofundamento e compreensão destas mulheres nas lavouras de morangos. É necessário apontar que este estudo faz parte da construção de uma história regional e social, fazendo uma análise de um tema pouco analisado na historiografia sul- mineira, procuramos apresentar diferentes sujeitos sociais, que de diferentes maneiras fazem usufruto do mesmo espaço social e o reconfigura constantemente.

Palavras-chave: Gênero. Trabalho. Família



sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Laboratório de História Oral - Univás

O Laboratório de História Oral (LHO) é um espaço de pesquisas e de criação de projetos na área da História Social, instalado a partir de março de 2002, junto ao Departamento de História da Univás. Foi criado com a intenção de promover debates sobre metodologia de pesquisa, estabelecer diálogo entre alunos e professores do curso de História, dar oportunidade para a confecção de projetos individuais e ao mesmo tempo projetos temáticos e integrados que utilizam a oralidade como uma das fontes.

Dessa maneira, o Laboratório é um espaço de discussão sobre a complexidade teórico-metodológica da História Oral, e da integração da oralidade com outros testemunhos, tais como: fontes imagéticas, literatura, imprensa e outros. Sendo assim, o LHO incentiva a participação de alunos em oficinas promovidas no decorrer do ano letivo, como também oferece subsídios para os alunos na produção de publicações e para participação em encontros científicos. Ao propor Linhas de Pesquisa para os trabalhos de investigação científica para o curso de História, deseja-se chamar a atenção para as complexidades conceituais dos temas da História Contemporânea e seus desafios metodológicos. O Laboratório de História Oral deverá auxiliar nesta discussão, problematizando novas abordagens e novos objetos História.

As Linhas de Pesquisa sugeridas aos estudantes , nas disciplinas metodológicas do curso de História , são as seguintes:

Cultura, cidade e suas representações

Nesta linha de pesquisa a preocupação volta-se para os modos de constituição da cidade, entendida a partir da emergência histórica, traduzida em profundas alterações no uso dos espaços, nas relações entre os grupos e forças sociais. Salienta-se a importância da apreensão de dimensões do imaginário e das representações em torno da cidade.

Trabalho, sociedade e cultura

A linha procura discutir as relações trabalho e cultura, problematizando modos de viver e trabalhar, formas de resistência, procedimentos de disciplinarização, as mobilizações, movimentos sociais e solidariedades. Valoriza-se nesta linha a análise de homens e mulheres, incluindo sua vida em família, hábitos e experiências, que constituem campos e cidades.

Memória, cotidiano e poder

Neste recorte busca-se refletir sobre as experiências sociais cotidianas, pensando os espaços como lugar de práticas, religiosidade, festejos, tradições, hábitos alimentares e hábitos culturais conflitantes. A construção da memória é um elemento básico da constituição da identidade sócio-cultural. Busca-se ainda, refletir sobre os exercícios do poder, nas diversas dimensões do cotidiano.

Novos agentes sociais: etnia e gênero

Nesta perspectiva, elegendo Etnia e Gênero como área de pesquisa, a linha encontra sua fundamentação nas preocupações dos historiadores dos últimos anos, com relação às identidades étnicas e as minorias sociais. Reconhece-se a presença de preconceitos, de controle na disputa dos poderes na sociedade. A partir daí, surgiram questionamentos sobre o funcionamento da família, o papel masculino e feminino nas relações sociais e as representações contidas nos gestos e comportamentos pessoais.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Benzedeiras e o ofício de benzer em Conceição dos Ouros no sul de Minas Gerais

SILVA, Georgina Vilas Boas da. Altar de Dona Filomena

Aluna: Georgina Vilas Boas da Silva
Orientadora: Andréa Silva Domingues

A pesquisa intitulada “Benzedeiras e o ofício de Benzer em Conceição dos Ouros, sul de Minas Gerais”, desenvolvida a partir da utilização de fontes como depoimentos orais , assim como de algumas obras escritas por membros da igreja católica , vem apresentar a atuação de mulheres na comunidade ourense que fazem uso de uma prática popular colonial em pleno século XXI. Tais práticas, desempenhadas como estratégia cultural e de sobrevivência, vêm sendo analisadas há quatro anos para originar esta monografia, que busca dar visibilidade às mulheres que benzem na comunidade ourense e suas relações com aquilo que as cerca. Neste sentido, foi dado maior enfoque às relações estabelecidas entre as benzedeiras e o universo religioso católico. Na tentativa de trazer à tona as histórias de vida e contribuições das mulheres que benzem em Conceição dos Ouros, esta pesquisa seguiu o caminho da História Social do cotidiano, que é onde surgem estas benzedeiras, as personagens principais de uma história marcada por vitórias e perdas, que se efetuou dentro do universo doméstico, onde o sagrado acontece por meio das mãos cansadas e experientes das mulheres que curam. Assim, para aqueles que se interessarem em descobrir um novo olhar sobre a história feminina da cura fica aqui uma visão que não será de maneira alguma a única, mas será valida na intenção de perceber histórias ímpares por muito tempo esquecidas.


Palavras-chave: Memória. Cultura. Mulheres

Tempos modernos “o novo” nas lentes do Cine Ouros - Conceição dos Ouros/MG (1950 a 1980)


Máquina de projeção dos filmes do Cine Ouros


Aluna: Silvana Geralda Pereira
Orientador: Juliano Hiroshi Ikeda Ishimura

Este trabalho tem como objetivo proporcionar algumas reflexões sobre o cinema construído na cidade de Conceição dos Ouros MG, no final da década de 1950. Enfocando também as relações e interesses da população, bem como das classes política e administrativa da cidade. A influência das imagens dos filmes na vida dos moradores será um aspecto valioso na construção de imaginários que, por vezes, se materializam em práticas cotidianas. Desta maneira procuro observar como o cinema contribuiu para o crescimento da cidade em termos de conhecimentos e também em âmbito econômico. Partindo da história social tomamos por base a análise do cotidiano vivenciado pelos moradores da época estudada, mostrando as relações políticas, religiosas e sociais que permeavam a sociedade. Para tanto lanço mão da história oral e dos relatos de vida como base subsidiária para a composição deste estudo, concentrando a abordagem em homens e mulheres que freqüentaram e vivenciaram o espaço do cinema no período do recorte temporal.

Banda de música de Bom Repouso: um patrimônio de histórias (1950-1980)



A banda de música se apresentando na procissão em louvor aos padroeiros da cidade.
Acervo particular Padre Lucimar pároco de Bom Repouso.



Aluna:Elizangela Aparecida Crispim
Orientador: Juliano Hiroshi Ikeda Ishimura

Essa pesquisa tem com objetivo analisar e ao mesmo tempo descobrir o simbolismo das representações culturais que permeiam o espaço urbano de Bom Repouso. Bem como, a trajetória da banda de música da cidade nas décadas de 1950 a meados de 1980. Dessa forma serão observados os conflitos, tensões, estratégias, compartilhadas por todos os músicos que faziam parte da “Banda de Música Lyra João Paulo II”. Aproveitando para dialogar com um tempo em que a banda estava no seu auge, por fim analisarei os motivos ocorridos para que a banda hoje se encontre inativa na cidade.

Palavras-chave: Cultura. Cidade. Memória

Walking Bass: caminhos e trajetórias do contrabaixo elétrico no Conservatório Estadual de Música de Pouso Alegre Juscelino Kubitschek de Oliveira


Inauguração do Conservatório Estadual de Música JKO

Aluno: Roney Aparecido Pereira da Silva
Orientadora: Ana Eugênia Nunes de Andrade

O trabalho de pesquisa intitulado Walking Bass: caminhos e trajetórias do contrabaixo elétrico no Conservatório Estadual de Música de Pouso Alegre Juscelino Kubitschek de Oliveira”, busca registrar a história e a presença do contrabaixo elétrico na década de 60 a 2000, e sua participação em movimentos musicais como a Tropicália, a MPB e Rock Nacional até sua chegada ao Conservatório Estadual de Música de Pouso Alegre, problematizando a questão da música popular e erudita dentro do conservatório e como esses gêneros musicais se relacionam com o contrabaixo elétrico. E a importância cultural e social da instituição para cidade de Pouso Alegre e para o sul de Minas Gerais. Analisar os significados culturais e sociais e representações do instrumento para o músico, a partir de depoimentos de professores e alunos.

Palavras-chave: Cultura. Música. Memória.



Mandioca, polvilho e quitandas: práticas culturais em Conceição dos Ouros

Andréia Margarete da Silva

Este trabalho consiste em valorizar o produto agrícola mais antigo de Conceição dos Ouros, a mandioca. Desde que esta planta chegou à cidade muitas modificações ocorreram na área social, cultural e econômica. As lavouras sempre estiveram ligadas com a história local. Esta análise é apresentada de forma renovadora com depoimentos de pessoas que viveram na época. Da mandioca se extrai o polvilho que já teve no município seu auge e sua decadência. Para valorizar o produto, várias quitandas são feitas utilizando-o como matéria-prima, o que também teve destaque neste trabalho. As maneiras de preparar estas quitandas são narradas conforme as próprias cozinheiras que, em alguns casos, utilizam-na como forma de subsistência. Estes pratos típicos guardam em seu interior toda a história de Conceição dos Ouros e são devidamente valorizados nessa pesquisa.


Le Bizarre: uma forma de resistência através da música

Aluna: Raquel Vieira

Orientadora: Elizabete Maria Espíndola

O presente trabalho propõe analisar um grupo de música antiga e contemporânea o – Le Bizarre, que nasceu dentro do Conservatório Estadual de Música de Pouso Alegre, Minas Gerais. Estudamos este grupo musical e local que proporcionou seu estabelecimento, no caso a cidade de Pouso Alegre. Também pretendemos mostrar sua música, seu repertório, sua proposta de trabalho, assim como suas viagens por muitas cidades e também sua didática educacional, revelando uma proposta de inclusão social de jovens e adultos populares em escola pública.

Palavras-chave: Música. Cultura. Cidade

A arte do congo na festa de Nossa Senhora do Rosário em Espírito Santo do Dourado MG: 1980-2000


Cortejo do levantamento do mastro na saída do barracão da festa
Arquivo de Gustavo do Rosário. 2004

Aluno: Danilo Gianini Docema
Orientadora: Andréa Silva Domingues

O presente trabalho visa mostrar-lhes a pesquisa acerca da Festa de Nossa Senhora do Rosário em Espírito Santo do Dourado e os diferentes significados dos termos de congo dentro do festejo. O estudo tem a preocupação em estudar os costumes, tradições e artes de fazer e viver a festa que foram constituídos ao longo dos tempos dentro da cidade. Destacando os campos de sociabilidade existentes entre os moradores e o termo do congo. A pesquisa se desenvolve a partir da história oral, trazendo a tona uma cultura popular com suas (re) invenções através das memórias e experiências dos participantes da festa, refletindo o dia a dia das pessoas que permeiam o festejo, principalmente a congada, compreendendo a história como meio de transformação, provocando reflexões no mundo atual.

Palavras-chave: Cultura. Memória. Festa